Sabia que existem diferentes “toques de ouro”? Conheça-os

Não, não falamos da lenda mágica do Rei Midas, mas sim do próprio material precioso. Conheça os “toques de ouro”.

A melhor forma de avaliar joias em ouro e, por conseguinte, poder apurar o conteúdo do metal precioso é recorrendo ao método dos “toques de ouro”.

Este método e outros que implicam uma análise química permitem identificar, com enorme rigor e com maior precisão, o toque em milésimas.

Em Portugal, nos termos do Regime Jurídico da Ourivesaria e das Contrastarias (RJOC), aprovado pela Lei n.º 98/2015, de 18 de agosto, um artigo com metal precioso está legalmente marcado quando tiver apostas a marca do punção de responsabilidade, de fabrico ou equivalente; ou a marca do punção de contrastaria e marca de punção de toque quando aquela não inclua o toque. Deve ainda saber que o ouro é uma substância pura e imutável. Ainda assim pode, de facto, ser fundido e misturado com outros metais sem que perca as suas principais características.

O que são, então, os toques do ouro?

O método dos “toques de ouro” permite ao técnico saber ao certo qual a liga que tem a joia de ouro. Para tal, ele irá riscar a pedra de toque com a peça de ouro que se pretende identificar o toque. Posteriormente, sobre este risco aplica-se o ácido de toque correspondente à liga de ouro da contrastaria.

Os resultados obtidos vão dar respostas claras. A saber: se o brilho apresentado pelo risco sobre a pedra de toque não desaparecer, significa que o toque da amostra tem um toque equivalente ao ácido utilizado. Por outro lado, se ocorrer a corrosão do metal e perda de brilho, então, a liga de ouro não corresponde ao ácido utilizado. São feitos vários testes, com diferentes ácidos para perceber a que liga de ouro a peça pertence.

E o ouro branco?

O ouro branco é tão valioso quanto o ouro de outras cores. Trata-se de uma liga composta por ouro e outros metais brancos, normalmente composto a partir da mistura com o níquel ou a prata e o paládio. É isto que faz com que tenha um aspeto final mais opaco e acinzentado. Para lhe dar brilho é ainda necessário fazer um “banho de ródio”.

Nova Coleção Lux, toda em ouro e diamantes, da Rebecca Gioielli.

O ouro das joias é todo igual?

Não. O valor do ouro é calculado tendo em conta a percentagem pura do metal existente na peça. Para tal tem-se em consideração que um quilate de ouro é o total do seu peso dividido por 24.

Nesse sentido, “a pureza do ouro é expressa pelo número de partes de ouro que compõem a barra, pepita ou joia. Por exemplo, o ouro de um objeto com 16 partes de ouro e 8 de outro metal é de 16 quilates (16/24). O ouro puro é aquele que tem 24 quilates. É o tipo de ouro mais valioso, com 99% de metal precioso na liga.”

Como resultado, as peças em ouro apresentam diferentes contrastes:

  • 19,2kt (quilates) ou 800‰ (milésimas): constituído no mínimo por 80% de ouro, é o chamado “Ouro Português”;
  • 18kt (quilates) ou 750‰ (milésimas) – constituído no mínimo por 75% de ouro;
  • 14kt (quilates) ou 585‰ (milésimas) – constituído no mínimo por 58,5% de ouro;
  • 9kt (quilates) ou 375‰ (milésimas) – constituído no mínimo por 37,5% de ouro;
  • As barras em ouro correspondem a ouro de 24kt (quilates) ou 999‰ (milésimas), isto é, ouro não ligado com outros metais.

Menos comum, mas também permitido na legislação portuguesa, temos o ouro de 22kt (quilates) ou 916‰, que corresponde a um mínimo por 91,6% de ouro.

Ouro de lei: o que é?

Esta expressão é muito utilizada em Portugal e, na verdade, diz respeito aos “toques de ouro”. Tão simples quanto isto.

Para muitas famílias, o ouro continua a ser uma forma de investimento ou até assumido como uma espécie de riqueza pessoal, passado de geração em geração. Seja como for, continua a ser um investimento seguro.

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